terça-feira, 24 de março de 2009

08 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A COLONIA PENAL FEMININA DO RECIFE FOI MAIS UMA VEZ O PALCO DAS AÇÕES DA CUFA PE, EM COMEMORAÇÃO AO DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.
ESTEVE PRESENTE AO EVENTO A DIRETORA DO PRESÍDIO FEMININO ANA MOURA, AS PSICÓLOGAS QUE DÃO ASSISTENCIA AO PRESIDIO, EDILMA REPRESENTANDO A SECRETARIA DA MULHER.

HOUVE SORTEIO DE BRINDES E BRICADEIRAS COM AS DETENTAS.

SEM ESQUECER QUE TIVEMOS PALESTRAS IMPORTANTES COM O TIAGO TERCIO, PAULO POPI, FALANDO DE SUAS EXPERIENCIA NO MUNDO DAS DROGAS, MARIANA CIRILO, FALOU SOBRE A SAÚDE FEMININA.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O QUE É O MARIA, MARIA.

Maria Maria é mais uma iniciativa da CUFA, um núcleo de projetos para e realizadas por mulheres integrantes e parceiras das ações da Rede CUFA.

O Núcleo cria nome, corpo e força de vontade de fazer, a partir do momento em que as ações da CUFA estão se vascularizando e consolidando em vários estados dessa forma criando uma rede sólida de proposição e execução de políticas para os jovens.


FOTOS DAS MULHERES LEVADAS PELA IRACEMA ABREU DA CUFA PE EM DEZEMBRO DE 2007 NO ENCONTRO DAS MULHERES DA PAZ FEITAS PELO MINISTRO TARSO GENRO.

Hoje a CUFA estabelece um diálogo constante com as ações no campo da educação, cultura, esporte, geração de emprego e renda, mobilização política, e caminha sempre para alcançar a aclamada cidadania e preservação dos direitos humanos, palavras e conceitos que transitam nas esferas públicas governamentais, mas na periferia onde grande parte do povo está, só é ouvida no noticiário policial ou pelos personagens da novela das 08:00.



Mas, como a CUFA não é uma formula pronta e fechada, mas sim um movimento em constante evolução social, a discussão sobre o Contexto e os Direitos das Mulheres sempre foram inseridas nas ações como uma necessidade diária, daí o incentivo às mulheres serem protagonistas e principais gestoras, equilibrando as desigualdades construída ao longo de todos esses anos, entre homens e mulheres.

Ser mulher levando em conta a dupla jornada de trabalho, profissional e familiar, conviver com as piadas sobre a fragilidade e especificidades femininas, gerar vida e ser “Chefe ” da família não é simples, agora inserindo nessas realidades o fator de ser negra , “pobre”, “periférica” ou “favelada” no mínimo duplica as dificuldades do cotidiano.



E com base nas experiências pessoais e na leitura social, o Núcleo de Projetos Maria, Maria levanta mais uma bandeira na Central Única das Favelas – O Enfrentamento contra as diversas violências e para geração de uma nova realidade social entre as Mulheres das Favelas.

Afinal, a participação política das mulheres contribui para a construção da democracia e da cidadania uma vez que constituímos mais da metade da população brasileira, além do suor feminino estar agregado em várias lutas sociais brasileiras a reduzida participação da mulher nas representações políticas empobrece a democracia e a cidadania, pois significa acesso restrito das mulheres aos espaços de decisão sobre os rumos do desenvolvimento político e da construção do país, estados, municípios e das suas próprias comunidades.

E se na pesquisa do Documentário Falcão - Meninos do Tráfico, Celso Athayde e MV Bill descobrem, pela fala de uma senhora que “Crime é Coisa de Mulher” a CUFA vem com o outro lado da moeda fazendo e imprimindo o discurso que participação política e espaços de decisão , É coisa de Mulher, Sim Senhor!


O QUE FAZEMOS:
Núcleo de projetos Maria, Maria é uma rede de ações de mulheres que atua nas comunidades periféricas, despertando sobre o importante papel de protagonista que a mulher desenvolve no seu convívio social.

As ações, projetos e políticas do Maria, Maria se orientam através do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres Brasileiras, estabelecido através de conferências da Secretaria Especial de Políticas paras as Mulheres do Governo Federal e também estabelecidas através das vivências diárias nas comunidades.

Os principais eixos estratégicos são:

• Autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania;
• Educação inclusiva e não sexista;
• Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos;
• Moda, Beleza e Comportamento como atitudes de valorização e melhora da auto-estima;
• Enfrentamento à violência contra as mulheres;


Sendo assim, sobre o Eixo:
O Maria, Maria apóia a implementação e construção das seguintes propostas:

1) AUTÔNOMIA, IGUALDADE NO MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA:

“A CUFA tem claro que para alcançar a equidade entre os gêneros no âmbito do universo do trabalho a questão da raça negra e das classes sociais devem ser desveladas e incluídas no campo da discussão e proposição das ações”.

a) Implantação de maior número de creches nas periferias;

b) Ações de sensibilização, educação e capacitação dos gestores das empresas públicas e privadas sobre as políticas de equidade de mulheres e homens nas micros e pequenas empresas, principalmente as empresas distante do centro de discussão.

c) Criação de programa educativos e consultoria técnica de acesso a micro-créditos dos bancos de fomentos de ações e projetos;

d) Estabelecer parceria com as Ações e Políticas da Economia Solidária;

e) Formatação de campanhas publicitárias que valorizem os diversos trabalhos exercidos pela mulher, principalmente pela mulher negra no universo do mercado de trabalho;


2) EDUCAÇÃO

O processo educacional vivenciado nas ações realizadas pela CUFA valorizam tanto os aspectos formais e informais da educação, sendo essa realizada através da arte, comunicação e as diversas formas de manifestações culturais, gerando uma educação realmente inclusiva.
Nesse processo de educação cidadã a questão do gênero feminino deve ser trabalhado sobre os diversos olhares ao longo de todo processo educativo, quebrando paradigmas e estereótipos patriarcais e valorizando as formas contemporâneas de relacionamento.

A CUFAPE - NUCLEO MARIA, MARIA SE POSICIONA CONTRA A CONSTITUIÇÃO DA CPI DO ABORTO.

A CUFA/ NUCLEO MARIA, MARIA SE POSICIONA CONTRA A CONSTITUIÇÃO DA CPI DO ABORTO.

O aborto inseguro é uma das faces da dura realidade vivenciada pelas mulheres brasileiras. A cada ano, um incontável número de mulheres, em sua maioria, negras, pobres e moradoras de favelas, morre em decorrência de aborto praticado em condições desumanas. Setores do Estado vêm transformando em caso de polícia uma problemática de saúde pública que se constitui, ao longo da história, uma grave expressão da questão social no país.

Segundo dados da Articulação de Mulheres Brasileira – AMB, no Mato Grosso do Sul, cerca de 10 mil mulheres suspeitas de praticar aborto serão interrogadas pela Polícia Civil por determinação da Justiça. Sobre essa questão é importante alertar que "tanto faz o aborto ser ou não provocado, ao chegar a um serviço de emergência obstétrica com abortamento em curso ou com complicações decorrentes do aborto, as mulheres são tratadas como criminosas"[1].

Na realidade, essa posição tornar um problema de saúde alvo de ação policial, que será levada ao extremo, com a criação da chamada "CPI do Aborto", cuja articulação para a instalação está em curso no Congresso Nacional.

A Central Única das Favelas – CUFA coloca-se totalmente contraria à criação da CPI, que em nossa opinião servirá unicamente para penalizar, CRIMINALIZAR as mulheres e JOVENS EM SUA MAIORIA negras e pobres desse país, que sem acesso ao trabalho, à saúde, à educação e à justiça são muitas vezes levadas a recorrer ao aborto de forma insegura.

Essa problemática, precisa ser debatida com os diferentes setores da sociedade na perspectiva de apontarmos saídas realmente efetivas para a redução da mortalidade de nossas meninas, pois a falta de alternativas continuará levando mulheres a recorrer ao aborto, independente do que as instituições pensem sobre isso. A história reclama do Estado brasileiro, novas formas de tratar os problemas sociais que superem essa dimensão de reduzi-las a caso de polícia, a tornar problemas sociais em ações de âmbito privado e individual.

É preciso considerar que a problemática do aborto é ponto de convergência entras as desigualdades de gênero, raça e classe dimensões estruturais da formação da sociedade brasileira, superá-las é um desafio de todas e todos que têm compromisso com a construção de um mundo mais digno, justo, fraterno e solidário.

[1] Rede Feminista de Saúde. Dossiê Aborto: Mortes Preveníveis e Evitáveis: dossiê. Belo Horizonte: Rede Feminista de Saúde, 2005, 48p.